O desenvolvimento de novas plataformas digitais e o avanço da IA generativa devem impulsionar a valorização de profissionais do setor criativo, seguindo a tendência de crescimento dos últimos anos na economia criativa
A economia criativa engloba, exatamente como o nome diz, atividades que têm como base a criatividade, em áreas como cultura e inovação. Isso inclui arte, design, moda, publicidade, arquitetura, audiovisual e comunicação em geral, entre outros. Em 2024, com a continuidade da ascensão das plataformas digitais e da internet, todas essas áreas se expandiram ainda mais, criando diversas oportunidades para profissionais do setor e pequenos empreendedores.
Um recente estudo feito pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI) projetou que até 2030, a economia criativa deverá gerar um milhão de novos empregos no Brasil, aumentando ainda mais sua atual participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor empregava, em 2023, 7,4 milhões de pessoas no país. A expectativa é que esse número cresça para 8,4 milhões até 2030.
Não é de hoje que o setor tem sido um motor de inovação e crescimento econômico no Brasil. Porém, seguindo a tendência de 2023 – quando a economia criativa brasileira atingiu o maior patamar de empregos desde 2012 – em 2024, seu impacto foi ainda mais evidente. Com a explosão de novas ideias, ferramentas digitais acessíveis e o espírito de empreendedorismo em alta, a área passou a ser fundamental também para expansão de pequenas empresas.
Para 2025, a previsão é que o setor cresça ainda mais, à medida que o trabalho independente ganha espaço como um dos principais modelos de trabalho em todo o mundo. A transformação acontece em paralelo com o desenvolvimento de novas plataformas digitais, que facilitam o acesso ao mercado de criatividade e promovem a flexibilidade na gestão de carreira e no estilo de vida.
Para além das plataformas digitais, o avanço da IA generativa vem mudando rapidamente a forma como o conteúdo é criado. Nesse cenário, a autenticidade se torna um valor essencial, tanto para profissionais da economia criativa quanto para consumidores em geral. A especialização em áreas da criatividade, característica humana que a IA não é capaz de substituir, ganha destaque e passa a ser cada vez mais valorizada.
Não à toa, tramita no Congresso Nacional desde 2023, o Projeto de Lei 2.732/2022 que cria a Política Nacional de Desenvolvimento da Economia Criativa. A proposta prevê, entre outras medidas, parceria entre empresas e universidades para qualificação profissional; desenvolvimento de infraestrutura para as dinâmicas econômicas dos setores criativos; promoção e fortalecimento de ecossistemas de inovação em territórios criativos para o desenvolvimento local e regional.
O projeto coloca em evidência o setor da economia criativa e regula melhor essa atividade, tornando clara sua importância para o fortalecimento da economia no Brasil. Em São Paulo, também não são poucas as inciativas do poder público para impulsionar o setor. Um exemplo é a confirmação da edição de 2025 do Festival Mundial da Criatividade, iniciativa realizada pela Organização Mundial da Criatividade, com apoio da Prefeitura de São Paulo.
Em setembro do ano que vem, além dos debates, palestras e workshops, que compuseram a programação do Festival em 2024, o evento terá a Feira São Paulo de Economia Criativa, que destacará as iniciativas realizadas nesse segmento da indústria da comunicação, e o Prêmio São Paulo Cidade Criativa, que reconhecerá as melhores iniciativas e ações do setor criativo.
Sem sombra de dúvidas economia criativa tem transformado o mercado de trabalho e, os indícios são de que, em 2025, seguirá em franco crescimento, impulsionada pela busca de flexibilidade, autenticidade e inovação. O fato é que os profissionais que desejam ingressar nesse mercado encontrarão muitas oportunidades de trabalho e empreendedorismo, enquanto as empresas se beneficiarão da capacidade de inovação e da expertise de pessoas especializadas no setor, já que são exatamente as empresas inovadoras que mais têm alcançado grande sucesso nos últimos anos, destacando-se no mercado com ideias criativas, sustentáveis e disruptivas.
