Ao longo dos seus quase 130 anos de história, a VOGUE construiu passo a passo uma trajetória de sucesso que a transformou em referência para a grande maioria das publicações de moda da atualidade
A história da VOGUE, mais importante revista de moda do planeta, tem início em dezembro de 1892, quando Arthur Baldwin Turnure e Harry McVickar lançaram a primeira publicação com o nome que se tornaria uma marca reconhecida mundialmente. O folhetim semanal, com aproximadamente 30 páginas, era destinado a alta classe da sociedade nova-iorquina e fazia a cobertura de notícias das tradições e etiqueta social da época. Muito diferente do que é atualmente, a primeira edição da VOGUE tinha artigos sobre moda para homens e mulheres, críticas de livros publicados recentemente, música, arte e um grande número de matérias sobre como se comportar em reuniões sociais, temas considerados fúteis para a época.
Pouco tempo depois, paralelamente ao crescimento da indústria de moda e beleza no mundo todo, Condé Montrose Nast comprou a VOGUE. Orientado pelo calendário das semanas de moda que começaram a surgir, o advogado e editor transformou a publicação em uma revista bissemanal que retratava os vestidos usados pelas mulheres mais ricas dos Estados Unidos. A reformulação fez com que a revista se tornasse mais atraente ao público feminino e ajudou a transformar a moda em objeto de desejo para as mulheres da alta sociedade do século 20.
Com os livros sendo ainda pouco acessíveis para a maior parte da população, o interesse de quem queria ler e se instruir era todo direcionado para as revistas e as revistas da época se tornaram o meio ideal de comunicação para a maior. Desta maneira, já na década de 1910, a VOGUE começou a se tornar um fenômeno mundial. Foram criadas edições em diversos países, como Reino Unido, França, Austrália, Itália, entre outras. A revista passou então a ganhar espaço, ditando moda em todo o mundo.
Até a década de 1930, as capas da revista tinham ilustrações com estética art déco, feitas por artista como Georges Lepape, Eduardo Benito, Carl Erickson, Christian Bérard e Salvador Dalí. Somente a partir dos anos de 1940 que as fotografias com modelos passaram a ser publicadas nas capas da VOGUE. Com a expansão mundial, a publicação começou a trilhar o caminho de sucesso que a transformaria em ícone do que é ter estilo, estabelecendo tendências e acompanhando a evolução da moda, e se tornando referência de sucesso para todas as publicações que surgiram depois.
Na década de 1960, tendo Diana Vreeland como editora-chefe, a revista mudou um pouco seu perfil e passou a ter apelo mais jovem, com matérias e editoriais focados na revolução sexual da época, que abordavam a moda contemporânea e discutiam a sexualidade. Em 1973, sob o comando de Grace Mirabella, a circulação da revista passou a ser mensal. Foi nesta época, mais especificamente no mês de maio de 1975, que a VOGUE lançou sua edição brasileira, a primeira versão da publicação feita na América Latina.
O status de influenciadora de estilo de vida e de consumo da VOGUE se consolidou ainda mais a partir de 1988, quando Anna Wintour se tornou sua editora-chefe, e revolucionou publicação. Sob o comando da jornalista de moda, a revista ficou ainda mais poderosa, transformando estilistas e modelos desconhecidos em celebridades do dia para a noite. Foi ela a responsável por inúmeras inovações na publicação, incluindo a primeira edição online da revista, que foi ao ar em 1996.
Além das edições online, Anna também deu o aval para a criação de publicações paralelas usando a marca. A TEEN VOGUE, totalmente voltada para jovens, foi lançada em fevereiro de 2003 e tinha como foco a moda e celebridades, além de ter matérias sobre diversão e atualidades. A MEN’S VOGUE foi lançada nos Estados Unidos em 2005, sendo totalmente voltada para o público masculino. Já VOGUE LIVING (conhecida no Brasil como CASA VOGUE) foi lançada em 2006 e tinha foco na arquitetura e decoração de luxo.
Hoje considerada a “bíblia da moda”, a revista VOGUE, cujo nome, em francês, deriva de “en vogue” (popular, em livre tradução), é uma espécie de espelho do mundo da moda e serve de parâmetro para o estilo de vida de luxo ao redor do globo. Modelos, fotógrafos, produtores de moda e estilistas do mundo todo sonham em aparecer nas páginas da publicação, por saberem que o sucesso de seus trabalhos pode ser determinado pelas críticas da aclamada revista.
Até mesmo os anúncios publicitários que vemos nas páginas da VOGUE são criados especificamente para a publicação. Grande parte das marcas produz conteúdos diferenciados, feitos exclusivamente para acompanhar a linha editorial da revista, com objetivo de transformar seus produtos em sonhos de consumo, como acontece com grande parte do que é publicado na revista.
Moda e comunicação sempre estiveram conectadas, mas a VOGUE levou essa conexão a um novo patamar. Exercendo seu poder de fascínio por meio de experiências estéticas prazerosas, ao longo de sua história a publicação alcançou o emocional dos leitores e conquistou um inquestionável reconhecimento por seu alto poder referencial, se tornando a mais influente e também a mais criticada revista do mundo.